CÂMARA APROVA FIM DA SAIDINHA DE PRESOS EM FERIADOS E DATAS COMEMORATIVAS

 


Foi aprovado nessa quarta-feira (20) pela Câmara dos Deputados, o projeto de lei que acaba com as saídas temporárias de presos em feriados e datas comemorativas. A proposta será encaminhada à sanção presidencial.

O relatório aprovado altera a Lei de Execução Penal que atualmente prevê que as “saidinhas” sejam autorizadas a detentos do regime semiaberto para:
-visitas à família;
-cursos profissionalizantes, de ensino médio e de ensino superior;
-atividades de retorno do convívio social
.

O que muda
No entanto, o texto aprovado mantém apenas a possibilidade de saída para estudos externos. A medida vale desde que sejam cumpridas as exigências previstas na lei.
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A proposta prevê ainda a realização de exame criminológico para a progressão de regime, além do uso de tornozeleira eletrônica em presos dos regimes aberto e semiaberto.

Os deputados mantiveram a alteração feita no Senado que permite a saída temporária de presos para frequentar curso profissionalizante, de ensino médio ou superior, exceto aos condenados por crime hediondo ou crime praticado com violência ou grave ameaça à pessoa. Essa saída temporária durará apenas o necessário para o cumprimento das atividades discentes.

A legislação atual prevê a saída temporária, conhecida como “saidinha”, para condenados no regime semiaberto. Eles podem deixar a prisão cinco vezes ao ano para visitar a família em feriados, estudar fora ou participar de atividades de ressocialização.

O relator da proposta, deputado Guilherme Derrite (PL-SP), disse que a aprovação do projeto é o primeiro grande passo para o combate à impunidade no Brasil. “Isso não vai resolver o problema da segurança pública completamente, mas é o primeiro passo”.


Ele disse que as cinco saídas temporárias de sete dias cada em datas específicas, normalmente coincidentes com feriados ou situações comemorativas, causa um sentimento de impunidade. “A saidinha dos feriados é algo que a sociedade não tolera mais. Assim, ao se permitir que presos ainda não reintegrados ao convívio social se beneficiem de 35 dias por ano para desfrute da vida em liberdade, o Poder Público coloca toda a população em risco”, argumentou.


Falando em nome da liderança do governo, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) defendeu a rejeição da proposta que, segundo ele, acaba com o mecanismo da ressocialização. “Só sair para estudar e trabalhar não é ressocializar. Por um problema de uma minoria que poderia ser controlada estamos extinguindo o direito para uma grande maioria”, diz. Ele alega também que a extinção da saidinha vai causar uma grande revolta entre os detentos.

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