FAZENDA CANAÃ ESTÁ SENDO ACUSADA DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA CRIANÇAS COM AUTISMO

 



No município de Irecê, no centro-norte da Bahia, a Fazenda Canaã tem sido reconhecida como um projeto social exemplar, oferecendo uma gama de atividades escolares e extracurriculares. No entanto, recentemente, essa imagem de benevolência foi abalada por uma alegação séria: discriminação contra crianças com autismo.

O incidente teve início quando a fazenda anunciou em seu perfil oficial a abertura de inscrições para atividades esportivas gratuitas – natação, vôlei e futsal – destinadas a alunos de 4 a 17 anos, no período matutino. Esta iniciativa promissora atraiu o interesse de muitas famílias locais, incluindo duas mães cujos filhos, ambos com 5 anos de idade, são portadores de autismo.

Ansiosas para proporcionar oportunidades de aprendizado e socialização para seus filhos, as mães compareceram à sede da fazenda Canaã para realizar as inscrições. Após preencherem todos os requisitos e informarem sobre o autismo de seus filhos, foi solicitado pela atendente que elas apresentassem um laudo médico comprovando que as crianças tinham condições físicas para participar das aulas. Todos os documentos solicitados foram apresentados à direção do projeto que prontamente aceitou em fazer a matrícula das crianças, e as mães aguardaram ansiosamente a participação de seus filhos nas atividades.

Porém, ao tomarem conhecimento através das redes sociais de que as aulas já haviam iniciado e seus filhos não haviam sido comunicados, as mães retornaram à fazenda Canaã para confirmar a participação deles. Nesse momento, foram recebidas por duas assistentes sociais ligadas ao projeto e descobriram que as crianças não seriam aceitas. A razão chocante dada por uma assistente social foi que o projeto não possuía recursos para atender “este tipo de criança”.

Essa declaração não apenas é discriminatória e desrespeitosa, mas também viola os direitos fundamentais das crianças com necessidades especiais, garantidos por lei. A negação de inclusão a essas crianças com base em sua condição é uma clara violação dos princípios de igualdade e justiça.

Revoltadas com essa exclusão injustificada, as mães estão determinadas a buscar justiça. Inclusive, já acionaram um escritório renomado de advocacia na cidade de Irecê para iniciar o processo judicial. Elas estão tomando todas as medidas legais cabíveis para combater essa discriminação e garantir que seus filhos tenham acesso às mesmas oportunidades que todas as outras crianças.

“Fiquei sem chão quando conversando com a assistente social ela se referiu ao meu filho com o termo: “este tipo de criança”. Meu mundo desabou e só conseguia chorar, porque isso doeu na minha alma”, alegou uma das mães. A outra mãe afirmou que não tem mais interesse em permitir que sua filha participe das atividades. Quando questionada o motivo, ela respondeu: “Fui atendida por duas assistentes sociais que olharam para mim e usaram o termo: “este tipo de criança”. Vocês não têm ideia do quanto isso nos machuca. Nós enfrentamos vários tipos de preconceitos todos os dias. Hoje, só quero justiça e respeito com os autistas e quero que eles aprendam a respeitar para que nenhuma mãe passe pelo que passamos. Eu confio na justiça e a justiça será feita”.

Por mais de uma semana, tentamos contato através de ligações e mensagens de WhatsApp com a fazenda Canaã solicitando uma explicação para a exclusão das crianças, mas não obtivemos resposta. A comunidade espera uma resposta adequada e uma solução para essa situação lamentável. Esta denúncia, que surge no Dia da Conscientização do Autismo, serve como um lembrete doloroso de que ainda há muito a ser feito na luta por igualdade e respeito para todos.

Fonte: tvdiamante.com

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