Políticos baianos apontam “absurdos” em PL do aborto

                       

Por Henrique Brinco

O líder do Governo Lula no Senado Federal, Jaques Wagner (PT), não poupou críticas, ao projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio. Aprovado em regime de urgência, o PL prevê aumento de dez para 20 anos como pena máxima para quem realizar o procedimento.

Wagner acusou os parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de querer usar o projeto para “criar um escândalo mentiroso” e faturar politicamente com assuntos delicados.

"É bom alertar a população que algumas dessas pautas do Congresso que são trazidas pelo grupo vinculado ao ex-presidente da República tem muito mais a função de criar um escândalo mentiroso pra tentar fazer a luta política em cima de temas que são muito caros. Esse tema, por exemplo, eu pessoalmente entendo que é um tema de consciência e de espiritualidade de cada um”, disse Wagner.

“Agora, tem duas coisas lá. Tem uma coisa de querer comparar [o aborto] ao de crime de homicídio. Eu acho que essa é uma mistura de filosofia e espiritualidade com política. Não é uma mistura boa. Segundo que tá se dizendo que uma jovem que foi estuprada é obrigada a fazer a aceitação. Na cabeça de quem que entra isso? Na cabeça de quem que quer criar escândalo mentiroso virtual para fazer fatura política. Eu espero que o povo desperte para isso”, acrescentou.

O pré-candidato à prefeitura de Salvador, Kleber Rosa (PSOL), classifica o PL 1904, como a "PEC dos Estupradores". Segundo o psolista, o Projeto de Lei foi aprovado na Câmara dos Deputados por 32 deputados bolsonaristas a " toque de caixa", sem diálogo com a sociedade, e sem realizar um trabalho de "escuta" junto aos movimentos feministas.

Para Kleber Rosa, o PL representa "um retrocesso aos direitos de crianças e adolescentes, aos direitos reprodutivos, e à proteção das vítimas de violência sexual. Criança não é mãe. Estuprador não é pai. Precisamos mobilizar a sociedade para que o PL não seja aprovado no Senado. Precisamos continuar protegendo as vidas das mulheres e, principalmente, as nossas crianças. Não ao PL 1904!".

O Projeto de Lei equipara o aborto a homicídio e prevê que meninas e mulheres que realizarem o procedimento após 22 semanas de gestação, inclusive, quando vítimas de estupro, terão penas de 6 a 20 anos de reclusão. Punição, inclusive, maior do que a prevista para quem comete crime de estupro de vulnerável.


Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Divulgação
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