Redes sociais podem influenciar na gravidade da depressão e ansiedade, diz psicóloga

 

As redes sociais têm um poder muito maior do que imaginamos. Capaz de mexer com o psicológico dos usuários, a internet pode afetar ainda mais aqueles que possuem predisposição para ansiedade, depressão ou qualquer outro transtorno psicológico.

Em entrevista ao BNews Agora, programa da Itapoan FM, a psicológa Cintia Lago, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), explicou que, atualmente, há muitas queixas de jovens e adultos com depressão e ansiedade. As redes sociais, segundo ela, pode também estar relacionada às redes sociais. Conforme a profissional, tudo tem a ver com o ambiente em que se "vive".

"Quando a gente fala de adoecimento psíquico, a gente fala de ambiente. É um dos fatores que pode aumentar esse prejuízo, essa predisposição", inicia. Ela informa ainda que, quando se fala em "ambientes", se fala também sobre a internet.

"A que tipo de conteúdo você está se expondo? Qual ambiente você está criando para você? O conteúdo que você está consumindo acaba influenciando na forma como você se sente, então tem muita inflência", declarou.

Questionada sobre como minimizar os impactos das redes sociais em nossa mente, a psicóloga deixou claro a necessidade de estabelecer limites no tempo de uso da internet, especialmente quando se trabalha em uma profissão em que é necessário estar sempre conectado.

Ela diz que é importante "estabelecer alguns limites dentro do que a minha profissão permite de tempo de uso. Então, em qual momento vou olhar e responder a esses conteúdos? Claro, respeitando os limites de cada profissão".

Para crianças, a situação é ainda mais preocupante. "O cérebro não está totalmente formado, elas são como 'esponjinhas' que absorvem ambientes e estímulos. Elas não têm capacidade de discernir informações das redes sociais", explicou.

Segundo a psicóloga, alguns fatores podem atrapalhar no tratamento de pessoas que possuem depressão ou ansiedade. A principal, para ela, é a barreira social, já que a saúde pública não foca no mental. "As pessoas têm essa barreira logo de cara. A qualidade do serviço que vou procurar, especialmente com menos recursos (...) você tem problemas estruturais de saúde publica".

Além disso, conviver em ambientes onde não há espaço para buscar ajuda atrapalha mais ainda. "Às vezes temos um ambiente hostil quanto a esse tipo de sintoma [depressivo], então é importante termos espaço para isso para que as pessoas se atentem e busquem ajuda", afirmou.

A falta de acolhimento de pessoas que convivem que o depressivo ou ansioso também influenciam. "Acho que é fundamental acolher, compreender que a pessoa está precisando de ajuda e se perguntar como pode ajudar", comenta.

"Quando a gente fala em transtorno depressivo, a gente tem um indivíduo que muitas vezes fica paralisado. Muitos pensam que é falta de força de vontade, que não quer [se tratar], mas a pessoa tem áreas no cérebro que são prejudicadas. Para um indivíduo com depressão fazer tarefas básicas, ele precisa de uma energia muito maior (...) existe um adoecimento biológico também", completa.

De acordo com estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado em novembro de 2023, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão na América Latina.

Caso a pessoa perceba que está com sintomas de qualquer transtorno psicológico, a profissional indica que se procure um psicólogo e um psiquiatra para fazer uma avaliação diagnóstica. É importante, segundo Lago, não fazer um auto-diagnóstico.


Fonte: Bnews
Foto: Divulgação/Pixabay
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